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O Rio merece mais Design

Atualizado: 4 de jun. de 2020

Mirella Migliari*



Recentemente tive o prazer de participar do Movimento Rio em Frente, iniciativa da Fecomércio RJ, que como o nome propõe, foi uma troca de pensamentos para ajudar na transformação do nosso querido Rio de Janeiro. Falamos sobre o papel da Economia Criativa em alavancar nossa cidade e minha missão foi a de apresentar aquele que tem sido o meu tema de trabalho nos últimos anos: relacionar o Design com a Economia Criativa.


Embora alguns estudos identifiquem o Design como um setor da área de Consumo, entendo que ele deva ser inserido nas demais áreas da Indústria Criativa – às quais o design é transversal - como Mídias, Cultura e Tecnologia. Aliás, a era digital fez emergir uma segmentação dos mercados de consumo, tanto de bens como de serviços em geral, em que as marcas estão direcionando suas entregas de maneira mais estratégica, a partir do momento que conhecem melhor cada consumidor. Outro ponto é que a “experiência de consumo” pode passar tanto pelos meios convencionais quanto pelos digitais. E dessa pluralidade emerge a necessidade de um planejamento da experiência.


Essa imagem do consumo que transita entre a experiência real e a virtual nos faz perceber como o mundo se tornou complexo. Uma excelente radiografia desta mudança é a profissão do Designer, pois ao chegarmos ao século XXI percebemos que ela avançou muito. Hoje, o Design de Experiência – ou Design de UX - ofusca todas as outras denominações por pensar de forma multissensorial, já que a experimentação poderá envolver os cinco sentidos. Sendo assim, ótimas oportunidades se descortinam para evocar nossas próprias referências culturais – já que a cultura é um dos pilares de sustentação de uma Cidade Criativa: nossa música, temperos, luzes e calor.


Recentemente pudemos ver no Rio um exemplo de Design de experiência muito bem realizado com a exposição “Pratodomundo – comida para 10 bilhões” no Museu do Amanhã. A exposição ganhou a medalha de bronze do Grands Prix (antigo International Design & Communication Awards - IDCA) na categoria Design de Exposições Temporárias – prêmio entregue às iniciativas mais inovadoras e criativas de museus e centros culturais pelo mundo. A exposição mostrou projetos bem-sucedidos sobre produções alimentícias por meio de tecnologias diferenciadas, jogos, vídeos interativos e música.


Na raiz desta complexa teia, no entanto, repousa a matriz do pensamento do designer, a metodologia que nos faz pensar de forma diferenciada. Não à toa, num capítulo que escrevi recentemente para o meu trabalho, estes são os conceitos que predominam quando o assunto é Design: inovação, serviços, experiência, processos e tecnologia. Design perpassa todas essas atividades. Trata-se de projetar produtos da indústria convencional, produtos gráficos, produtos digitais, experiência do usuário, serviços e processos, visando sempre a inovação.


Por isso, para fazer acontecer e impulsionar a nossa querida cidade é preciso mobilizar o tripé que dá sustentação à uma Cidade Criativa, a saber: as conexões – entre os setores público, privado e sociedade civil; a cultura - que é aquilo que dá sabor a um lugar; e a inovação - que seria o objetivo final. Por isso, mais Design por favor!


*Designer e pesquisadora do Laboratório LEMBRAR da ESPM Rio

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