Se ser feliz não é uma das respostas, talvez precise refazer a pergunta
Por Anna Beatriz Vasconcellos*
Vamos começar falando do Butão? Você deve estar se perguntando o que Butão tem a ver com o tema. Diretamente, nada, mas indiretamente muito. O Butão é o país mais feliz do mundo e o assunto é tão sério que junto com a ONU trabalham para criar um índice mundial de felicidade, o FIB - “Felicidade Interna Bruta”, que já é aceito como recomendação a todos os países desde 2011. Por lá, desde 2008, a Constituição prevê o princípio da “Felicidade Nacional” como medição a partir de quatro pilares: sustentabilidade, conservação ambiental, preservação e promoção da cultura e boa governança. Butão considera que a felicidade antecede a riqueza, que “a alegria do povo” é uma prioridade maior que o desenvolvimento econômico.
O debate internacional sobre a felicidade também ganha capítulos importantes no livro “O Jeito Harvard de Ser Feliz”, de Shawn Achor. Uma publicação que procura discutir a felicidade e ensinar o leitor a colher os frutos de uma atitude mental mais positiva, que proporcione efeitos extraordinários no trabalho e na vida.
As experiências de Butão e a publicação sobre felicidade em Harvard são grandes inspirações para quem está tomando decisões que irão impactar toda uma vida pessoal e profissional. Está em jogo o futuro. Será que vale o risco de não buscar a felicidade? Será que realização pessoal e profissional não implica em ser feliz?
Para chegar à fase adulta e fazer as escolhas “acertadas”, um longo caminho já foi percorrido. Mas teoricamente a decisão é simples, afinal a trajetória necessária foi consolidada, as experiências dos que já passaram por essa escolha foram ouvidas e assimiladas, as contas sobre quanto ganhar para realizar todos os seus sonhos foram feitas na “ponta do lápis” e está tudo pronto. Sim? Nem sempre! Tem uma pergunta fácil, simples e objetiva que talvez ainda não tenha feito internamente, de maneira franca e sincera consigo mesmo. A felicidade foi levada em consideração nas suas escolhas? Uma pergunta que vale para tudo, mas que pode ser ainda mais importante quando o assunto em pauta é sua vida profissional.
Não são raros os casos de escolhas de profissões que levaram em conta status, remuneração e perpetuação de atividades familiares. Tudo certo se a felicidade também tiver sido levada em consideração nesse processo de tomada de decisão. A balança precisa ser, no mínimo, equilibrada. Mas se o alerta da dúvida estiver aceso, é hora de respirar, repensar e pesar mais uma vez, afinal também não são raros os casos de insatisfação com quem se é e com o que se faz.
Decisão difícil, mas o mundo globalizado é seu aliado. Pesquise. Você tem a internet infinita para explorar. Vá a campo, visite lugares, ouça opiniões, mas sobretudo ouça a sua voz interior, estabeleça os seus próprios filtros e decida com coragem e, sobretudo, verdade. Seja verdadeiro consigo mesmo. A notícia boa é que se tudo der errado nunca é tarde para recomeçar.
Afinal de contas, o que você quer ser quando crescer? Quanto vale a sua felicidade?
Boa sorte e seja feliz!
*Supervisora de Marketing da ESPM Rio
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