Infância e economia criativa

Guilherme Costa*

Se criança gosta de correr e está em casa (ou pior, apartamento) por causa da quarentena, que fazer? Karen Acioly nos recomenda: "temos de nos transbordar em imaginários e trocar com elas. Revisitar os mitos, as histórias e entrar no universo infantil".

A inventora, artista e criadora do Festival Internacional de Intercâmbio de Linguagens (FIL) participou de um bate papo ao vivo com o pesquisador do cRio e professor da ESPM Rio, Rico Cavalcanti. Na conversa, Karen deu orientações valiosas sobre como enfrentar esse período de pandemia que, segundo ela, é dramático para os pequenos.

"A criança precisa ter o olhar do adulto para ela. A atenção do adulto para as narrativas que a criança está trazendo em tempos de pandemia. A gente não se coloca no lugar da criança. A gente não tem escuta para ela. Nós, como adultos responsáveis, precisamos estar com empatia, com escuta a essa criança e suas narrativas", ressalta.

Outro tema debatido neste encontro foi a relação entre infância e economia criativa. Sobre isto, ela é taxativa: "é preciso assumir a infância como um dos pontos estratégicos desta economia". A artista destaca que este segmento é visto como de menor importância, mesmo sendo um importante vetor econômico, ocupando salas de cinemas, movimentando o setor musical e de literatura, por exemplo.

Mas, mais do que números tangíveis, a arte, a cultura e o incentivo a um olhar criativo, são capazes de proporcionar um toque de sensibilidade e empatia, absolutamente necessários ao desenvolvimento do ser humano. Mesmo imensurável para uma régua com o alcance apenas do momento presente, está aí a chave para se pensar uma sociedade realmente desenvolvida.

Assista aqui a conversa completa entre Karen Acioly e Rico Cavalcanti e não deixe de seguir o perfil do cRio no Instagram (@crioespm) para assistir outros vídeos e acompanhar conteúdos sobre economia criativa e o Rio de Janeiro.

*Guilherme Costa é professor da ESPM Rio e pesquisador do do cRio, o Think Tank da ESPM Rio e do Laboratório de Pesquisa em Práticas Sustentáveis (Re_Lab).